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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Prova didática em concurso para docente (SEED-PR)


Diversos estudantes, ex-alunos, professores, colegas e amigos me consultaram sobre as bancas de concursos. Isso ocorreu recentemente em função da realização do Concurso da SEED para Professores da Educação Básica do Estado do Paraná. É a primeira vez que o concurso exige a prova prática, ou seja, a Avaliação Didática do candidato. Por isso, refleti sobre algumas práticas, já que participei de concursos como candidato e como banca e disponibilizo pra vocês. Desde já desejo toda a sorte a todos os candidatos e faço a advertência de que são apenas sugestões, que podem ou não ser acatadas:

1] Elabore o Plano de Trabalho Docente exatamente da forma que for conduzir a aula. Os recursos didáticos relacionados devem ser utilizados no decorrer da aula prática. 
2] Mesmo que o concurso permita a utilização de recursos tecnológicos, só os utilize se realmente forem necessários. Muitos candidatos "amarram" suas aulas em data-shows e acabam se atrapalhando no tempo ou nas eventuais falhas decorrentes do uso dos recursos. No caso do concurso do Estado, os recursos são limitados em quadro e giz. Se propor utilizá-los, não esqueça, de, ao menos, escrever palavras-chave no quadro.
3] Interaja com a platéia. Crie uma platéia, mesmo que seja virtual. Lembre-se que você está indo ministrar sua 'aula'. 
4] Seja seguro. É uma oportunidade única de mostrar seu conhecimentos, suas habilidades e sua formação.
5] Em caso de tema que exija recursos como imagens, gráficos e outros, elabore uma apostila e entregue para a banca. Se fizer isso, utilize o material elaborado para a aula e explore todas as ilustrações que utilizou.
6] Avaliação: leve uma atividade para o final. No tempo de aula específico desse concurso (20 minutos), é provável que não conseguirá demonstrar uma grande carga de conteúdos. E nem deve. Imagine o tanto que seu estudante conseguirá aprender com essa abordagem. Lembre que o objetivo da banca é saber como você procederá sua prática docente, portanto, não dê uma palestra, ministre uma aula. Ao final de sua aula, demonstre as possibilidades de avaliação e qual seria o procedimento para a 'virtual' próxima aula. Lembre que sua aula não está desconectada de uma sequência. 
7] Escolha do tema: Uma vez que o concurso possibilita a escolha do tema, busque temas que tenha domínio. Não tente demonstrar para a banca que você é conhecedor do "estado da arte" de determinado tema. Demonstre que sabe explicar o conteúdo escolhido. O mais importante é que a banca entenda o conteúdo da sua aula. Se a banca entender, já é um começo, uma vez que sua aula será direcionada para alguma série do Ensino Básico (que você deve direcionar). 
8] Abaixo, busquei mais informações de Provas Didáticas para o ensino superior. Alguns itens podem complementar essa exposição.


PROVA DIDÁTICA EM BANCAS DE CONCURSOS PARA DOCENTES NAS UNIVERSIDADES

Por André Oliveira Sawakuchi (Fonte)
Os concursos para contratação de docentes nas universidades públicas brasileiras têm características particulares se comparados ao modo como isto é feito em outros países. A característica mais particular envolve a aplicação de prova didática.
No caso da Universidade de São Paulo, o tema da prova didática é sorteado com 24 horas de antecedência, a partir de uma lista de temas divulgados no edital do concurso. Em termos práticos, o candidato tem 24 horas para preparar uma aula, cuja duração deve ser de 50 a 60 minutos.
As circunstâncias da prova fazem que ela seja não apenas um teste da capacidade de ministrar uma boa aula, mas também um teste de conhecimento, resistência e versatilidade, já que a aula deve ser preparada em 24 horas e ministrada para uma plateia que deve ter mais conhecimento sobre assunto que o próprio candidato.
Algumas características que diferenciam a aula do concurso de uma aula normal, erros que podem ser cometidos e dicas para que estas particularidades não afundem as suas chances de êxito são:
  • A aula deve ser compatível com a de um curso de graduação. Porém, a aula será avaliada por docentes com larga experiência no ensino e que certamente não assistem a aulas há algum tempo. Portanto, a avaliação tende a ser crítica. Excesso de informação e simplificação demasiada são erros comuns.
  • Tente adquirir conhecimento equivalente ou superior à maioria dos membros da banca sobre o tema da aula. Como o assunto geralmente é específico, apenas um ou outro membro da banca tem conhecimento profundo sobre ele.
  • Saiba com antecedência quem é a plateia (banca). Devemos saber a quem estamos tentando ensinar. Por isso, conhecer as áreas de atuação dos membros da banca ajuda na escolha da linguagem, exemplos e analogias.
  • Não há interação com a plateia. Isto faz que a aula tenha característica de palestra, mas não deve ser uma palestra. Há uma zona tênue ideal. Acredito que esta zona envolva a transmissão da essência do assunto. Porém, só se consegue identificar a essência de determinado assunto após certo tempo de convívio e estudo. Portanto, a preparação da aula começa muito antes do concurso. Se os temas de aula forem do seu campo de conhecimento, excelente. Porém, isto não deve eliminar o estudo prévio. Estudar para elaborar um artigo é diferente de estudar para elaborar uma aula.
  • A aula deve ser desenvolvida e concluída entre 50 e 60 minutos. O não atendimento desta regra implica desclassificação. Ou seja, o assunto não pode ser continuado “na aula seguinte”, caso seja superestimado (ou o contrário). Para isto, ensaio é fundamental.
  • Peça colaboração de colegas que conhecem o tema da aula e apresente sua aula para eles. Treino e revisão promovem mudanças positivas.
  • Use o mínimo de texto. Prefira gráficos e imagens. Sendo uma aula, o principal modo de transmissão de conhecimento deve ser oral. Ler texto em slide é proibido, mas é comum candidatos cometerem este erro. A aula deve ser ministrada pelo candidato e não pelos slides.
  • Não utilize figuras ou gráficos com informações que não serão explicadas. Prefira ilustrações simples.
  • Referencie os gráficos e figuras utilizados e informe as referências no slide final. Se você incluir as referências, ninguém irá comentar, mas se esquecer, certamente alguém apontará como ponto negativo.
Estes comentários são baseados na minha experiência de participação em concursos como candidato (2) e membro de banca (2). Candidatos que vivenciam os múltiplos aspectos teóricos, práticos e sociais da pesquisa científica no seu dia-a-dia, mas que também têm cultura científica fora da sua área de atuação apresentam boa capacidade de compreensão e transmissão de conhecimento e têm tudo para ministrar uma excelente aula de concurso. Esta é a dica geral.

Boa Prova!!!
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ricardotows

Pós-Doutorando pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ); Doutor em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá (PGE-UEM); Pesquisador do Grupo de Estudos Urbanos (GEUR/UEM) e do Observatório das Metrópoles (UFRJ e UEM). Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR); Consultor da UNESCO/MEC; Conselheiro no Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT) de Maringá (PR) e Delegado da Assembléia de Planejamento e Gestão Territorial 5 (APGT-5) de Maringá (PR).
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Anônimo disse...

Ricardo, boa noite !
Em primeiro lugar, obrigado pelas dicas, gostei bastante.
Sempre fico com uma dúvida: numa banca para professor de nível médio, qual o linguajar que você deve usar, tendo em vista a banca avaliadora já ser formada de professores, as vezes até doutores e doutoras?
Obrigado,
Abraços,
Roberto.

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